Quatro paredes lilás, um teto branco e eu. Tento parar de pensar em tudo que me ofusca: nas perdas, nos desencontros, nos desperdícios, nas passagens que nunca foram de ida. Deixo de lado esse peso da ausência, esse medo de deixar a existência e me apego ao que tenho, ao que sou e ao que ainda posso ser, nos quadros e nos abraços que geram boa nostalgia.
O Homem solta malícias ao vento e percebe que a criticidade, a qual se empenha a fazer, nunca lhe traz nada de bom, são só fofocas de gaveta, gaveta de maldade, e, a leveza de estar em par com Deus faz-o sentir a vitalidade de ser capaz de construir tudo o que “todos” apontam como improvável.
Olho pra cima, e diferente de outrora, vejo que o teto do meu quarto é só uma peneira pela qual devo passar. Esse teto será o meu chão.