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quarta-feira, 11 de abril de 2012
Há quem prefira a cegueira. Eu, do lado de cá, lá e afins, prefiro o cru. Tem coisa no mundo que os carentes entendem como querem. Há também quem prefira a maldade, o riso do mal, a gargalhada que dobra e depois amarela os dentes e amarga as tonsilas: questão de tentar sedução, talvez, Ingenuidade. Há quem diga tanto e nada faça, ou aqueles que são mudos e constroem metrópole. Há quem se afogue no remorso e que se sinta desmerecedor do toque. Há quem escute uma música e se lembre de outrem, é, aquele distante que mesmo que perto é de longe. Há quem faça arte e quem desarme toda poesia bem feita no mundo. Há quem tenha saúde e queira etanol ao invés de água e quem tenha hepatites e queira água benta. Não é nada homogêneo o olhar que dá pra se ver do mundo, existe milhares de detalhes que nos façam acreditar no absurdo das diferenças, cada surpresa, cada achar em vão, cada conhecer. Quem sou? Um tanto de tudo e pouco de nada. Talvez, não há nada que eu não seja nem um por cento, nem um cento por inteiro. A tudo que aponto, a tudo que critico e que elogio, há um fenótipo em mim que me condena e que me glorifica. Amém.
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