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quinta-feira, 15 de novembro de 2012

ViolonCÉUlo


Cruzo o fim do habitat.
Calcanhar na calçada e os olhos voltados à vizinhança.
Antonomásia: cadeira de balanço pelo monte de pedras britas.
É triste sentir que o sopro do vento não mais desvia-se
Pelo movimento da cadeira de balanço que ia, vinha... Parou.
Estranho é escutar um som de cordas num recanto e não ser,
De forma  alguma, do estímulo pioneiro das crias da rua.
Ele teimou por tanta , deu  à morte.
Me farão falta os bons dias, principalmente os dos ins das tardes.
Porém, será n’outro lar que um dia iremos SOLar e sorrir dos calos secos nos dedos. LÁ.
Si ga a luz que o pós Deus dará. 
Eternidade é o alívio da tua dor.
As cores voltarão aos teus olhos
E os teus passos não terão bengalas de apoio de carne e osso.
Serão só nuvens,
Serão só anjos,
Serás.

quinta-feira, 25 de outubro de 2012

Eu, eu mesma e a mesmice às controversas


Aprendi que de nada vale tentar ser outro ser.
Vestir-se como o nome da popularidade se veste.
Se portar como a nerd ou o style portam-se nos argumentos.
Buscai a essência.
De si, de só, a sós.
Consigo, sigo, comigo sem dó.
E assim me vejo.
Vejo uma peça como se fosse única, puro egoísmo intelectual.
Sinto uma música como se fosse minha, veia pulsando por singularidade.
E é nesse rumo que tento ir.
Sem fingir,
Sem pr'outros agir.
Lendo em silêncio, Beijando em segredo e amando fora da virtualidade.
Pular plural não significa, sempre, ser portador de nariz em pé.
Condiz na suficiência que um dia calado e sem influências externas têm,
Podendo ser tão agradável quando um concerto com seres de mentes iguais
e de vestes e penteados detalhadamente desenhado pra um e usado por todos.
Numa frequência de 1:30 a cada mês, vai.
Mais que isso, é sintoma de ressaca.
Náuseas que não cessam,
Sede que não passa.

domingo, 14 de outubro de 2012

Um triz do mesmo



Diretriz.
A aversão à solidão é puro humor para o ditador da autossuficiencia.
Só te faz menos sedutor, menos interessante.
A busca ininterrupta de colos quaisquer, de bocas sem "mé"... isso tudo é comum demais.
É colírio pros olhos de quem tava salivando pra me tirar a razão que eu teimava em sustentar:
"É bom, é doce, é amável". É dom d'ocê ser instável.

Cinismo é o conceito que se dá ao sorriso pro canto da boca,
Enquanto a frustração se encolhe no outro canto.
Qualquer paixão, desta forma, vira pó.

Nem de arroz, só nós dois e a dó de depois.
No mais, sei que isso tem fim,
E pelo sins de todas as coisas do agora,
O choro entalado no pré-conjugal da madrugada,
Por tudo, todos, por nada e ninguém.
Disso, além.

sexta-feira, 12 de outubro de 2012

Feliz cidade



Canto colorido onde meu umbigo é o centro das plantações,
O trigo.
Trigo para três tigres trelizes.
A biruta aponta para esse rumo, voo...
Cada raiz maligna se tora a cada metro que se anda,
Pluma das mentes que arquitetam  no  alvo errado.
Era da amamentação do século XXI que já ta quase um moço.
Nasci, cresci assim,
Quase uma canela arretada que arrebenta o dorso do cravo,
Mas ainda era tempo.
Tempo de “get up”, tempo de escape, tempo de novo solo,
Feliz cidade.

domingo, 23 de setembro de 2012

Cravo e canela


A moça é quase uma metáfora da trama.
Os olhos, o charme, o quadril, a barroca.
Enquanto pela face do amor,
Nacib se esconde atrás da frustação.
Frustação por Gabriela não ser como ele queria...
Aliás, se tem amor?! Ou tudo é apenas retrato no fundo do armário?!
Bonito, empoeirado, tombado?! Ou apenas guardado no bolso, facilmente móvel?!
Caberá às ruas dos dois bairros vizinhos se cruzarem,
Ou não.
Caberá ao destino dizer quem será "ela", a moça com os dedos cruzados:
Qualquer outra ou Gabriela.

quinta-feira, 20 de setembro de 2012

Nathalia em Latim


Duas décadas depois do choro agudo,
Se tem o porquê de tanta confusão.
Ora prisão,
Ora liberdade sem sal,
Ora agora.
[...]
Cada escorregão, um corte.
Cada bingo a mais, a sorte,
E então, vi que "eu, eu mesma e" Nathália somos o norte das minhas razões
Até que a morte nos separe.
Estética, Sentimento e identidade.

domingo, 16 de setembro de 2012

Orac'eu

Deus, agradeço pelos eus que há em mim. São tantos, os meus. Todos teus sem ateus pra contestar. Falo pelo breu do chão do meu nariz, até que sem giz, faço d'aula fácil, e consigo mostrar a fé em quadrinhos. Basta medir a minha estrada e vê toda a felicidade, feliz pela idade do céu, onde absolutamente tudo está em calma, ao passo de que cad'alma tem sua resolução. Digamos que hoje, pela óptica d'um olho pr'outro, minha negativa é de alegria pós cansaço. E todo aço se dobrará ao meio, o meio que não enxergamos, aquilo que vai além do que se vê. "Amen."

terça-feira, 4 de setembro de 2012

O quinto dos infernos


A coroa pedia a derrama, cobrança.
Derramou-se, então, as lágrimas pelo quinto.
O quinto que deveria ser louvado, se fosse nosso,
Mas não, apesar do português, era d'outro sotaque.
Motivo de injustiça,
Revolta verde e amarela.
A colônia pagaria o tributo que nem triscava no preço da banana.
E todo vinte por cento do suor oriundo do trabalho da gente,
Seria enviado para o quinto dos infernos.
Portugual "guelava" a quinta parte do nosso quintal.

terça-feira, 21 de agosto de 2012

Tiro pela culatra

Ai de mim, querubim,
Que achei graça na arma
E quis te acertar.
Ai de mim, serafim,
Que deixei de tampar a culatra, trá.
Ai de mim,
Que não vi o risco d'eu me acertar, sair dos gonzos.
Será o fim?
Que seja o sim das mãos.
In.

sexta-feira, 17 de agosto de 2012

Significado

O alvoroço é tanto que bole com meu sono.
Saberei nunca se é um somatório.
Todavia, nunca houve um elo tão apelativo comigo.
A música.
E o grande medo seria esse, ponto fraco.
Ponto que desequilibra às beiras,
corda bamba. 
Mentalize uma criança correndo num piso escorregadio
na chuva. Ela tem ciência sobre o risco de queda, mas a emoção de 
estar lá, é maior, talvez única. É só aquela oportunidade: deslizar ou se 
erguer definitivamente.
[...]"A glória dos deuses."



quarta-feira, 15 de agosto de 2012

Vilarejo

         ... Escuta o arpejo vindo por trás daquela parede turva.
O som é meio desalinhado pelos cachos 
que se curvam por entre as cordas.
Todavia, refinado.
Moço do zoom exagerado,
vê a comadre cantarolando a melodia 
sem nunca tê-la visto.
Ali, no cenário sereno,
A empatia daquele moço pelo traço sem graça,
Fez com que ela percebesse que não há solidão,
Senão uma Vila, 
Vela,
Ar,
Vejo, 
Ouço,
Viola,
Arpejo...


"Lá o tempo espera
Lá é primavera
Portas e janelas ficam sempre abertas
Pra sorte entrar" (De fundo, a melodia)
                                                             
        Com amor, Vilarejo.





segunda-feira, 6 de agosto de 2012

Cal(e)ma


Olhe bem o além...
Ali, nos subtons do azul,
O movimento é: ir; vir.
A cor está condicionada a como se sentir.
É onda pra cá,
É barro pra lá,
Tem instante que parece ter trema no nome do mar.
Pelo prisma do cabo branco é mais linear,
mas nas costas da África há o calema que só me faz boiar.
Boiar no se, no será,
Quem sabe até afogar-me ou nadar?!
São ondas de pensamentos que parecem não cessar,
E lá vem ela aqui se quebrar pra depois recuar e voltar, voltar e recuar.

domingo, 22 de julho de 2012

Filho meu



Filho meu que está na terra,

Santificado é o teu ser.
Venha a mim com aquela alegria,
Seja refeita a tua saúde ,
Assim na terra como no sob o véu.
A tua ração de cada dia coma hoje,
Perdoai as minhas restrições,
Assim como perdoastes o cão que ousou pisar na tua calçada.
Não deixeis, senhor, meu filho cair mais uma vez no chão ,
E livra-o da morte,

                                  Amém.

sexta-feira, 20 de julho de 2012

RetrATO de Bailarina


Sapatilha na ponta do quadro,
Rumo apontado e os calos nos pés.
Testa lisa, esta brilha com o suor.
O coque fino seduz aquele de palitó, platéia,
E ainda ousa mostrar o pescoço,
Enquanto a inércia consome o moço que de bobo se faz.

Outrora, chama-se de negro
O cisne que dança o solo no cenário.
Aplausos para os passos,
Olhares para os gestos,
E o ângulo da boca que sorrir
Faz o 180° de volta,
Já que nem mesmo a artista
consegue ser mantida pelo blush por todo o tempo.

domingo, 1 de julho de 2012

Mês do Feno


Antes do desgosto do próximo,
A antítese deste.
Morte e vida doquina, 
A morte e o amar-te. 
Nascimento de tantos irmãos.
É tempo de milho debulhado,
De nó preso que se solta à caixa colorida 
enlaçada no segundo dia, o meu.
31 vezes vinte e quatro horas contendo
 um panorama que nunca sairá do eixo s.



quinta-feira, 14 de junho de 2012

Desagosto



Veja quantos foram os metros percorridos no velocímetro?
Olhar pra você e vê que tu usas o verbo persuasivo,
que me convences do que meu otimismo teimaria que não.
Me convences a não sonhar com o esconderijo,
A não beijar retrato picotado
Nem quadro emadeirado pago do bolso de..s..agosto.
E tudo o que veio como chuva de bençãos, os males, servirá na carne viva, ardente,
e a cada bocejo será vivido, ré.
Sem dores, as Marias se despedem.

terça-feira, 5 de junho de 2012

A letra N


Subtração à liberdade
Da aglutinação feita no teu nome
Que retinha a minha letra N
que prendia  o meu árbitrio, livre,
E depois eu quis retirá-lo,.
A fonética nasal,
o s'om' que o não trazia com o 'o', 'on'.
E de tanto tentar, retirei !
As letras iniciais do teu nome sem a minha letra
Ficam as 2 porta-bandeiras do nome de outrem,
Não chega a ser SOARES, porém,
Soa bem aos meus ouvidos e aos sorrisos,
e me entala de dúvidas, de calafrios, de arrepios e assobios,
também.

( Use a inteligência pra ler o texto, não isole frases, isole a pretensão. )

quarta-feira, 16 de maio de 2012

Cabuetas

Engraçado como nosso rosto é um alcaguete das nossas variações hormonais e humorais. Tudo diz, mesmo sem o uso da palavra. Minhas pupilas me entregam, se dilatam quando têm sob a óptica o interesse à vista, enquanto a boca me condena e os músculos saltam das bochechas. Além do sorriso, é claro, que quase se assemelha ao comércio hípico, ininterruptamente aberto e intencionado... Serotonina.

domingo, 29 de abril de 2012

Plooma



Eu tenho pena da tua imensa loucura.
Pena da tua capacidade hipócrita , fingir que nada te importa.
Tenho compaixão da tua carência,
E de tudo que você pinta para suprí-la.
Tenho pena do amanhã que te reserva,
Do vazio que tu tentas preencher agora.
Tenho pena dos teus vícios, da tua maldade amadora,
E do teu olhar insinuante de vingança.
Guardo suaves penas de ti.
E sei que, um dia quando eu for uma despenada,
A gente vai sentar os nossos quadris na minha roda de cimento,
E eu vou poder te falar o quanto você evoluiu.
Tenha ódio por mim que eu guardo a esperança da tua evolução.
Até lá.

sexta-feira, 27 de abril de 2012

A cor da íris

Saí da aula de canto lírico,
Comecei a pintar quadros.
Pinto quadros por ter tantas cores,
Quando outrora, só o cinza.
E, antes que esse colorido vire homogêneo,
me dê o seu pincel.
Me dê o seu pincel
Pra que eu desdenhe o desenho triste.
Me faça de pitel,
que eu bordo com red da terra ao céu,
O canto da boca que eu quero triscar.

quinta-feira, 26 de abril de 2012

Anti

De tanto canto
Que mostro o ponto
 D'onde vejo o erro,
 Tonto sou
 Que me faço crer
 Nos tombos sem querer.
 Sei que assombro
 E tinto a máscara do não saber,
 Como sinto que finjo
 Que tudo adverbia, "normalmente".
 Pelo menos tente
Que o ódio desnature pro lado aprendiz.
 Pelo menos faça
Com que toda a desgraça
 Seja memorável pelo ronco,
 No quadro, do giz.

domingo, 15 de abril de 2012

Amém

E de repente me vem um sorriso bobo,
Um riso tolo
E uns gestos toscos,
De quem não quer mais pensar em nada,
Além de você.

sábado, 14 de abril de 2012

...
..
.
Será?

sexta-feira, 13 de abril de 2012

E de que me servem os poros se não for pra expulsar ?
E a língua se não for pra descelebrar minhas idéias?
E o fígado se não exagerarmos uma vez na vida com gorduras e etanol?
E as bordas do corpo se não for pra seduzir minunciosamente? Só pelo retorno do espelho pra auto-estima?
E os dedos se não for pra dedilharem cordas de aço? (mesmo que corte)
E as fotografias se não sentí-las como quanto tiradas? Cristalino 0paco?
E se o “e” só for no sentido de soma e não de hipótese?
Viva a relatividade e a desobediência ainda respeitosa e sã.
Mate a vida morta, viva com todo o fôlego que seu pulmão te dar.
Deixe de ingratidão pra quem cobra tão pouco pra te manter vivo.
É muito trabalho, mesmo quando você repousa.
Seja grato, recompense, viva para morrer por motivos justos.
-
É um, dois, três e ...

quarta-feira, 11 de abril de 2012

Há quem prefira a cegueira. Eu, do lado de cá, lá e afins, prefiro o cru. Tem coisa no mundo que os carentes entendem como querem. Há também quem prefira a maldade, o riso do mal, a gargalhada que dobra e depois amarela os dentes e amarga as tonsilas: questão de tentar sedução, talvez, Ingenuidade. Há quem diga tanto e nada faça, ou aqueles que são mudos e constroem metrópole. Há quem se afogue no remorso e que se sinta desmerecedor do toque. Há quem escute uma música e se lembre de outrem, é, aquele distante que mesmo que perto é de longe. Há quem faça arte e quem desarme toda poesia bem feita no mundo. Há quem tenha saúde e queira etanol ao invés de água e quem tenha hepatites e queira água benta. Não é nada homogêneo o olhar que dá pra se ver do mundo, existe milhares de detalhes que nos façam acreditar no absurdo das diferenças, cada surpresa, cada achar em vão, cada conhecer. Quem sou? Um tanto de tudo e pouco de nada. Talvez, não há nada que eu não seja nem um por cento, nem um cento por inteiro. A tudo que aponto, a tudo que critico e que elogio, há um fenótipo em mim que me condena e que me glorifica. Amém.

segunda-feira, 2 de abril de 2012

O lactato

Ele aparece quando o caos á anaeróbio,
Respira a caipora e as cinzas daqueles,
Quando o cortisol me vem às tampas,
E até, quando o prazer cessa, máximo, queimação.

É a resposta do grande esforço,
Do esgotamento das forças também,
É o fio que finda a disposição,
E a linha tênue que clama o repouso.

...

Até que chegue um outro estímulo,
Um motivo maior para a contração,
Nada que se repita,
Nada que se finja,
Nada que se queime tanto,
Até que se façam laços no tato do querer.

domingo, 1 de abril de 2012

Chega pro Rio, Rir da chaga

Nada precisa ser dito.
Quissá, um até, contando que o Rio em 1º de Abril continua lindo.
E a vergonha na cara das "putas" volta para as mesmas
Com toda a dignidade que uma santa tem.
Vontade de ir, e não de vir.
Afinal, quem trocará o sol fresco matinal
pelo mormaço do nublado? "Chega da chaga da dor."
É ... eu disse.

sábado, 31 de março de 2012

Lost in Paradise

Lost in paradise

É como se eu estivesse numa ilha e só visse o cinza.
É como se o céu tivesse azul, branco e o amarelo do sol
E tudo que eu sentia era o nublado, o vento forte, o frio.
Instanta perturbante que não permite ninguém se achar.
Nem eu, nem você, nem qualquer um que entre nesse labirinto.
É uma estória de futuro promissor,
Mas ...
Que será do futuro se não consigo nem abrir uma apostila
De estudos?
Que será do amanhã, se até meu gogó canta tons de soluços?
Ingratidão minha, eu sei, em não ver a beleza de tudo isso.
De virar as costas pros brandos desse jeito,
E de me importar com um traço de uma forca inteira.
Ingrata, egoísta, impulsiva e senhora de riso medíocre.
Agora, apostemos pra ver se isso é apenas um heteronômio meu
Ou se é mesmo uma ressaca das brabas que jorra tudo que se bebeu.

terça-feira, 27 de março de 2012

Uno

Um traço e um passo.
Um gole, arroto.
Um risco e um triz.
Um: um e um, cíclico bis.
Os poros capitalistas não se entopem com "serás?"
Eles sugam o palpável até o centavo depois do último.
E Trocam o abstrato por qualquer cheque sem fundo, sem teto, sem borda.
Não se movem nem se comovem com promessas ou com os clichês: "Amanhã..."
Não se deixam envolver com sentimentalismos baratos.
Sim, se fazem de fortes pra serem sedutores
E se desfazem de tudo que não lucra-os.
Quanto à demanda: é sempre feita.
O que se deseja, se tem
E o que não se tem,
não se deseja
ou
Pelo
menos,
Não
.

sábado, 17 de março de 2012

Versos sem validade

Azar o meu ter cruzados os nossos polegares e indicadores numa dança, quando eu ainda era debutante.
Sorte a minha ter vivido isto tão cedo,
Quando ainda não sabia nem o que seria sentir "aquelas coisas"
Vocabulário inocente, assim como os gestos, os olhares e tal.
Tantas lombadas, desencontros e perdões.
Mas de nada vale a vida se você, ser humano infeliz,
Não testemunhar com a sua pulsação algo assim,
Mesmo que por vezes sujo, é puro, dá para removê-lo intacto
De uma solução heterogênea: óleo do rosto (suor), lixo e impurezas.
Dá pra camuflá-lo nos trocadilhos de Roma,
Mas não para escondê-lo.
É singular, meu velho. É singular até que se diga abraçado,
Com a vozinha baixa no pé do ouvido,
que se gosta e a outra responde como uma "confusão" da amizade.
Suspirem, porque é lindo.
Plural.
É tão lindo que minha perna têm aqueles tipos de arranhões
que deixam a marca branca, e os meus olhos vêem e acham graça, riem.
A mente guarda recordações que deixam a vista embaçada,raiva,
Mas nada, me ouçam, nada irá mudar.
E toda vez que eu escuto Raul falando "Eu nasci há 10 mil anos trás"
Eu digo: "Eu nasci a 1.800 dias atrás. "

quarta-feira, 7 de março de 2012

beLELÉU

Entrei na sala 02, sem par.
Comecei a assistir o filme e desde então, vejo o inferno como vizinho.
Passei a sentir as cenas,
A vivê-las capítulo após capítulo,
e eu daria a vida para ver o de amanhã, mesmo sem vivê-lo.
Eu o conheci, como disse o filme em cores preto e branco.
O beijei, como disse o filme em preto e branco.
Apaixonei-me, como disse o filme preto e ... branco.
Até que tive que deixá-lo ir já que ele tem Inaura
e não pode abandoná-la, como dizia o filme preto.
Hora do casamento, angústia. O Meu amor tava no beleléu, indo embora,
segurando uma mão mais sensual.
Mas, ainda em tempo, o prisioneiro veio até Lisbela.
E então tudo estava claro, como dizia o filme branco.
Amor é assim.
Amar é assado.
Amador é charmoso.
Amante é amassado.
Amozade é eterno, e mesmo assim esgota até a gota do fim.
O cinza.

sábado, 11 de fevereiro de 2012

Vinho destinto

Pai, que faço com o cálice maldito que quer me tomar antes que eu o beba?
Ele me embebeda antes mesmo que eu sinta o efeito do etanol circulando o corpo.
Me transforma na antítese da felicidade utópica e na tristeza de mendigo só, em segundos.
Que faço com o cálice? derramo?
E se mesmo assim ele voltar com a chuva pelo cheiro do ralo?
Pai, é de todo o coração que te peço, afasta de mim esse cálice,
Cálice da angústia, da loucura, do chumbo eterno, do choro infeliz.
Cálice da fala, Cale-se pelo calo que fez.
Se cale.

segunda-feira, 30 de janeiro de 2012

Vapiti-Vupiti

A genética me deu o gênio forte dos genitores.
Basta o triscar da raiva pra os meus olhos virarem dois faróis.
É quase um "vapiti-vupiti" de ação e reação.
Fale, mas fale uma vez e se cale,
Porque a minha pouca fala num instante vira blá blá blá[...] sem fim.
E quando for pra ficar nesse cutuque,
Vá na velocidade da luz que eu te acho ali, aqui, acolá,
O som do meu batuque é truque e acaba já.

sexta-feira, 13 de janeiro de 2012

De vento em poupa

Eu poderia estar procurando, mas não.
Cavando, afastando a terra, debulhando o trigo, mas não.
Eu estava ali, parada, sem pretensão alguma.
Só havia um alto-falante na minha frente,
Mas pelo macro se via algo borrado atrás, o que seria?
Você lá:sinuca e música.
Longe de mim, perto só do meu olhar.
Mas e agora ... que sacolejo é esse?
Você me rouba os minutos do dia para pensar como foi ontem, nós ...
Show, multidão, som, álcool, areia, e o que me importa? Dois braços, apenas.
Dois braços, os seus.
Proteção divina, forte e pura.
Cheiro do cangaço, carinho de moço prendado e ombro dado aos blás.
Papo cabeça-coração, disse tudo de mim para você e o versa foi justo comigo.
Eu não quero contar os dias.
Não quero pensar como seria se tivéssemos contado até dez.
É estupidamente bom sentir.
Mãos dadas, rumo.